Os enxertos ósseos autógenos são indicados para tratamento de pacientes que apresentam insuficiência óssea do processo alveolar. Frequentemente, as regiões intrabucais são escolhidas como áreas doadoras. O ramo mandibular em função de sua baixa morbidade, tornou-se um sitio frequentemente eleito.
Esse tipo de procedimento, no entanto, envolve domínio técnico, experiência cirúrgica e um amplo conhecimento anatômico, principalmente por apresentar variações quanto à quantidade de osso presente e presença de estruturas anatômicas importantes na região como o canal mandibular, fatores que podem contribuir para que ocorram complicações cirúrgicas durante a remoção de enxertos dessa região.
O exame de Tomografia Computadorizada, hoje considerado o padrão ouro para diagnóstico e avaliação de tecidos duros, pode contribuir de forma significativa para uma avaliação anatômica dessa região, por tratar-se de um exame que não prozuz distorção ou sobreposição ou ampliação.
Objetivo
O presente artigo tem como objetivo apresentar um protocolo de Tomografia Computadorizada para remoção de enxerto ósseo proveniente do ramo da mandíbula.
Discussão
Técnica Tomográfica: O exame tomográfico deverá nos orientar com relação aos seguintes parâmetros:
• Altura do rebordo alveolar disponível.
• Mensuração da distância vestíbulo lingual.
• Contorno e formato do rebordo.
• Relação com os dentes molares quando presentes.
• Localização precisa da cortical superior do canal mandibular e o forame mentual.
Foto: Reprodução
Imagem: Na parte superior de cada imagem/sequência de cortes encontra-se sua orientação assim como sua espessura e espaçamento e a indicação da escala 1:1 quando não houver magnificação.
Observamos que os cortes tem espessura de 2,00mm por 2,00 mm de espaçamento, obtendo-se valores na ordem de 18,36 mm do lado direito e 18,18 do lado esquerdo.
No presente estudo, identificamos bilateral-mente, nos cortes oblíquos 38; 40; 142 e 144 o limite anterior do ramo, a linha oblíqua, a tábua óssea vestibular, o canal mandibular e a região periapical dos dentes molares.
Nos cortes oblíquos subseqüentes, 30 ao 36 e 146 ao 152 foram mensurados a altura e a largura óssea disponíveis, tendo como orientação anatômica a crista óssea, a cortical superior do canal mandibular, a tábua óssea vestibular e a região periapical dos dentes molares.
Quanto à altura e à largura óssea disponíveis os valores obtidos foram na ordem de: corte 30 – 16,97 mm / 2,80 mm; corte 32 – 14,27 mm / 2,80 mm; corte 34 – 10,74 mm / 3,58 mm; corte 36 – 8,8 mm / 3,58 mm; corte 38 – 8,88 mm / 3,82 mm; corte 40 – 8,59 mm / 4,03 mm; corte 142 – 8,25 mm / 4,26 mm; corte 144 – 8,27 mm / 4,01 mm; corte 146 – 10,51 mm / 3,76 mm; corte 148 -12,56 mm / 2,76 mm e corte 150 – 13,33 mm / 2,75 mm.
Conclusão
Com os avanços científicos e o desenvolvimento da Imaginologia juntamente com a implantodontia, os enxertos ósseos autógenos de origem intrabucal tornaram-se procedimentos de rotina em reabilitações de pequenas áreas com insuficiência óssea do processo alveolar.
A Avaliação Tomografica cone beam, através da reformatação com-putadorizada e possibilidade de realizar traçados e mensurações, apresenta-se como uma ferramenta de alta valia para o profissional da Implantodontia, contribuindo de maneira significativa para minimizar os riscos durante as intervenções cirúrgicas de enxertia e aumentar de maneira considerável a previsibilidade da intervenção.
Texto por Fernando Junqueira Leite e Marley L. de A. Kirchner