DVI Radiologia

Efeitos da compressão de imagem em radiografia panorâmica digital

Um interessante estudo sobre os efeitos da compressão de imagem em radiografia panorâmica digital foi publicado na Revista Odontológica Brasileira.

O material é fruto de um estudo realizado por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade de São Paulo (USP). 

Os responsáveis pela pesquisa foram: Ana Paula Souza Lacerda, Bruna Natália Alves da Silva Pimentel, Izabel Regina Fischer Rubira-Bullen, Leonardo Francisco Provedel, Viviane Almeida Sarmento e Tarcísio Martins de Jesus.

A seguir, apresentaremos um resumo sobre a pesquisa e as conclusões que os pesquisadores chegaram sobre os efeitos da compressão de imagem em radiografia panorâmica digital. Acompanhe!

Objetivos do estudo sobre os efeitos da compressão de imagem em radiografia panorâmica digital

As radiografias digitais são cada vez mais comuns na área da saúde. Na odontologia existem diversos softwares e formatos de arquivo, usados para produzir, editar e salvar as imagens.

Os modelos de sistemas digitais, com diferentes sensores, são três:

Embora os sistemas radiográficos digitais tenham muitas vantagens, eles produzem grandes quantidades de dados de imagem, que requerem mídia de armazenamento e dificultam a transmissão.

Esses problemas podem ser reduzidos com a compressão de imagens, o que muitas vezes resulta na perda de qualidade.

A partir dessa constatação, o estudo desenvolvido teve o objetivo de avaliar a acurácia das medidas lineares de radiografias panorâmicas digitais, obtidas pelos sistemas  CCD e PSP, com dois formatos de arquivos diferentes, o JPEG e o BMP.

Materiais e métodos utilizados no estudo

Para realizar a pesquisa sobre os efeitos da compressão de imagem em radiografia panorâmica digital, foram selecionadas dez mandíbulas humanas secas foram selecionadas aleatoriamente, no Departamento de Radiologia da UFBA.

Foram realizadas radiografias dentárias nas mandíbulas, usando os sistemas CCD e PSP, associados a um aparelho convencional de raios-X panorâmicos.

As medidas lineares foram realizadas por meio do software ImageJ, que conta com regra eletrônica própria.

As medidas correspondentes também foram realizadas com um paquímetro digital nas mandíbulas secas, para fins comparativos em uma análise estatística.

Resultados alcançados pelos pesquisadores

Os pesquisadores realizaram oito medidas lineares (quatro horizontais e quatro verticais) nas radiografias panorâmicas salvas em BMP. Já para as imagens salvas em JPEG, foram feitas dez medições.

Cada uma das medidas foram feitas duas vezes, o que totalizou 640 procedimentos. Além disso, foram realizadas 160 medidas em mandíbulas secas, considerando o padrão-ouro.

Ao término do estudo, os pesquisadores concluíram que não houve diferença significativa entre as medidas das mandíbulas secas e as medidas obtidas nas radiografias digitais.

No estudo, tanto os formatos JPEG quanto BMP foram acurados independentemente do sistema digital utilizado, tendo em vista que não houve diferença estatística entre as medidas de mandíbulas secas e as aferições das radiografias panorâmicas.

Observe as tabelas abaixo:

compressão de imagem em radiografia panorâmica
Médias das medidas lineares realizadas em mandíbulas secas e radiografias panorâmicas digitais com dois formatos de arquivo, obtidas por diferentes sistemas digitais.

 

Médias dos erros absolutos das medidas lineares realizadas em radiografias panorâmicas digitais com dois formatos de arquivo, obtidas por diferentes sistemas digitais.

 

Médias do tamanho dos arquivos, de acordo com o formato do arquivo e sistema radiográfico digital.

 

Concluiu-se também que os erros entre as radiografias e mandíbulas secas foram menores ou iguais a 1 mm em apenas 52,5% das imagens JPEG CCD e em 55% das imagens BMP CCD. Já para as imagens PSP, esses valores variaram entre 38,8% e 43,8%, respectivamente.

Por outro lado, 13,8% dos erros foram maiores que 2 mm nas imagens CCD (JPEG e BMP). Esses valores foram 18,8% e 21,3%, respectivamente, para as imagens PSP. Tais diferenças podem trazer impactos para os diagnósticos na Odontologia, principalmente para os profissionais que trabalham com Implantodontia.

O estudo sobre os efeitos da compressão de imagem em radiografia panorâmica digital apontou, portanto, que não há diferenças estatísticas entre os dois formatos de arquivo mais comuns.

Apesar disso, vale ressaltar que o tamanho dos arquivos JPEG é estatisticamente menor que o dos arquivos BMP. Assim sendo, é mais vantajoso usar o formato JPEG para transmitir arquivos pela internet.

Para quem trabalha com radiografia odontológica e utiliza recursos como a telerradiologia, que exige a transmissão de arquivos online, essa pesquisa se mostra bastante interessante.

E você, gostou de saber sobre esse estudo sobre os efeitos da compressão de imagem em radiografia panorâmica digital? Saber sobre questões do tipo pode ser benéfico para aperfeiçoar ainda mais o seu trabalho.

Qual é a sua opinião sobre o tema? Conte para a gente no espaço para comentários! Vamos juntos debater essa questão tão importante para os cirurgiões-dentistas.

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